Bênção

No Dia do Trabalho e noutras ocasiões, missas, procissões e cultos acontecem por tudo quanto é canto. Na sua maioria, norteadas por alusões e orações em prol da conquista ou manutenção de um bom emprego para os fiéis ou entes queridos e desconhecidos. Bênçãos de carteiras profissionais, ferramentas e ambientes de trabalho são realizadas em profusão. E há bênçãos diretamente aos trabalhadores empregados e desempregados.

O que é uma bênção? Teologicamente, é uma graça divina, onde graça é um dom, virtude ou favor concedido por Deus como meio de santificação ou salvação; milagre. Bênção é uma palavra boa; é desejar, é querer, em palavras e sentimentos, o bom e o melhor para alguém. Então, bendito é aquele a quem se abençoou, é abençoado, bondoso e feliz.

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Com Deus a gente só ganha, mesmo quando perde!

Tudo sempre acontece conforme a vontade de Deus. Vontade que jamais ninguém consegue compreender mais do que apenas um pouquinho, principalmente, quando em nós e em quem queremos bem e amamos existe dor, sofrimento e a incapacidade de solucionar problemas, mais ainda, aqueles que vão se agravando e provavelmente não terão volta.

Como, conforme avançamos em idade, as situações de dor e sofrimento vão se avolumando, também as perdas, resta-nos, para nosso bem e o dos nossos entes queridos e demais ao redor, assumir o risco maravilhoso de depreender o quanto podemos ganhar conforme perdemos: a gente se aproxima dos nossos queridos que sofrem e nos fazem sofrer com e por eles; e a gente se aproxima do Cristo, por intermédio do serviço abnegado ao nosso próximo.

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“Graças a Deus!”

Meu pai desde jovem não era dado a dizer palavrões e quanto mais avançava em idade mais esta característica se acentuava. Desde jovem era dado a orações e conforme a idade avançava mais orações fazia.

Dentre as sequelas do seu primeiro AVC, então com pouco menos de 60 anos, destacava-se a perda da memória curta ou imediata, somada com sua ingenuidade, aceitação da brevidade e da beleza da vida com um bom humor irretocável, transformando-o num homem ainda mais amável e respeitável, além de folclórico e caricato. Outra “sequela” passou a ser uma expressão chula, grosseira, anteriormente inexistente ou rara e acidental no seu vocabulário, repetida dúzias de vezes ao dia, todos os dias, mesmo nas ocasiões mais inadequadas e propícias a grandes constrangimentos que ele jamais percebia ou dava de ombros. A expressão vulgar que virou um de seus bordões era manifestação de alegria, satisfação, surpresa etc, jamais com a intenção de ser deselegante. Dentre incontáveis exemplos, um sempre lembrado: ele e nós (filhos, esposa, netos, nora e genro) fomos almoçar na casa de uma de suas irmãs; domingo, ao redor da mesa, logo após a oração de agradecimento pela mesa farta, ele estava tão feliz, que se expressou verbalmente, diante da irmã dele, freira, e de mais umas quatro ou cinco freiras: “Puta Merda!”

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Santos e imagens

(CIC 828, 956, 1159 a 1162; CV 419 a 422)

“Imagens são apenas o que são: sinais!”

Imagem é só um objeto ou sinal que lembra a pessoa representada. Ídolo “é o ser em si mesmo”. A quebra duma imagem não destrói o ser que representa; já a destruição de um ídolo implica a destruição da falsa divindade.

A Igreja presta culto de adoração (latria) para Deus e somente para Ele. O reconhecemos como Todo-Poderoso e Senhor do universo. Aos Santos e Anjos a Igreja presta um culto de veneração (“dulia”), homenagem.

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“Quem tem que saber, sabe!”

Um bom cristão cansou de coisas feias que acontecem na comunidade da qual participa. Como inúmeros outros fizeram e farão por motivos semelhantes, trocou de comunidade e não adiantou. Pensou em afastar-se, porém, antes, procurou-me. Escutei-o, desabafou e pediu que lhe dissesse algo. Falei que vivencio situações semelhantes, entretanto, tento ter outras atitudes. Daquele encontro resultou este artigo e, antes, a volta do bom cristão à sua comunidade religiosa. Sua identidade não vem ao caso e o título do artigo explica o motivo…

 Ecl 1, 1-14; Mt 6, 1-18

Entre pessoas decentes e coerentes que me conhecem e sabem de algumas das atividades que realizo habitualmente, surgem cobranças para que as divulgue. Digo que o faço e me contestam dizendo que não divulgo quase nada: estão certíssimas!

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Gotas da inesgotável fonte chamada oração

Deus não é obrigado a atender todos os pedidos e nem na hora e do jeito que cada fiel quer; não se presta a barganhas, superstições e oportunismos contidos em orações e ações pouco ou nada permeadas por valores cristãos: no entanto, multidões caem na esparrela de influenciadores sem formação, de pregadores de araque, uns famosos, sem isenção.

Fiel que se permite mergulhar no mistério da fé vai aderindo à verdade libertadora de que a vontade e o caráter de Deus a gente entende em parte e aceita no todo. Deus sabe o que nenhum fiel sabe, d’Ele provém somente o que é bom para todos (para todos = catolicidade ou universalidade). A fundamentada, honesta e sensata compreensão e aceitação de Deus que é possível alcançar nos conduzem a compartilhar delas e d’Ele com fartura e, quanto mais o fizermos, mais desfrutaremos do inesgotável amor divino.

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O que é pastoral?

Pastoral, movimento e serviço

Pastoral é toda atividade indispensável para que a Igreja cumpra sua finalidade; remete aos Sacramentos e é vinculada ao bispo. Movimento não é atividade indispensável para que a Igreja cumpra sua finalidade; no entanto, todo movimento fundamentado e fielmente realizado é parceiro de valor inestimável à Igreja.

Pastoral e movimento podem ser serviço. Por exemplo, seus membros reúnem-se regularmente para pregar, estudar, cantar e orar por si e para que moradores de rua tenham pelo menos o que comer e para que os políticos sejam honestos, mas, não vão ao encontro deles; se vão ao encontro, com ações para ao menos dar aos famintos uma refeição com alguma regularidade, acompanhada de calor humano, e aprendem o que fazem ou deveriam fazer os políticos detentores de mandato eletivo, os fiscalizando permanentemente, é também serviço. São modos convergentes e complementares de se tentar alcançar os mesmos digníssimos propósitos, desde que um e outro modo não sejam usados para disfarçar omissões, alienações e nem para a satisfação infame de interesseiros: além da consciência de cada pessoa, “Quem tem que saber, sabe” (Antonio de Souza Netto, advogado e catequista)!

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O que é Paróquia?

A Igreja é uma realidade tão rica que não cabe nos limites de uma definição. Seguem algumas considerações básicas, onde cada uma é assunto de riqueza inesgotável, para estudo e aprofundamento constante: que você perceba o quão profundas são estas considerações…

             Se você for ao dicionário encontrará que paróquia é delimitação territorial de uma diocese sobre a qual prevalece a jurisdição espiritual de um pároco; paroquiato; a população subordinada eclesiasticamente a um pároco; território delimitado pelas ruas A, B, C e D.

eclesiologia é o ramo da teologia cristã que trata da doutrina da Igreja: seu papel na salvação, sua origem, sua disciplina, sua forma de se relacionar com o mundo, seu papel social, as mudanças ocorridas, as crises enfrentadas, suas doutrinas, a relação com outras denominações e sua forma de governo. Nela a paróquia é: para (ao redor de) + quia (casa). Então, paroquianos são as pessoas que vivem ao redor da casa do Senhor.

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A Páscoa é mais saborosa que chocolate!

Breves considerações sobre alguns dos símbolos da Páscoa.

Cordeiro      

O cordeiro era sacrificado no primeiro dia da Páscoa, no templo, como memorial da libertação do Egito: seu sangue foi o sinal que livrou os primogênitos que o faraó mandara matar. Seu sangue era derramado no templo e sua carne comida na ceia pascal. Este cordeiro antecipava a Cristo, ao qual Paulo chama “nossa Páscoa” (1Cor 5, 7). João Batista, na margem do rio Jordão, vê Jesus passando e diz: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29.36). Também o disse o profeta Isaías (Is 53, 7-12). E o Apocalipse O cita como cordeiro sacrificado, então vivo e glorioso (Ap 5, 6.12; 13, 8).

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A virtude da penitência

Além de nominar um dos Sacramentos de Cura, o vocábulo penitência indica uma virtude.

A virtude da penitência é essencialmente interior, motivo pelo qual se diferencia atitude de ação: esta vem da aparência, do entendimento/compromisso raso ou equivocado; aquela nasce, cresce e permanece no coração e na mente, com entendimento/compromisso profundo e coerente. A Palavra alerta: “Rasgai vossos corações e não vossas vestes” (Jl 2, 13).

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