Relação de vagas não é cardápio

Num restaurante, cardápio em mãos, você pode escolher o que quer comer e beber, bastando querer e poder pagar por isso. Se for mal atendido, pode ou deve reclamar com firmeza, clareza e civilidade; do contrário, apesar de ser vítima, revelará falta de preparo: como tal será reconhecido e avaliado, naquela ocasião e, cedo ou tarde, noutras…

Relação de vagas de emprego não é cardápio: o empregador, seu preposto, a agência de empregos ou assessoria de recursos humanos as divulga e esperam ser procurados por candidatos interessados. Já na triagem de currículos ou em qualquer etapa do processo seletivo o candidato poderá ser descartado, o que nem sempre significa que ele seja desqualificado.

O candidato, durante o processo seletivo, também pode dizer não à vaga, o que não precisa significar preguiça ou ingratidão, e, sim, bom senso e respeito a si e aos demais envolvidos. Fazendo-o com firmeza, clareza e civilidade, sai do processo, porém, deixa boa impressão que lhe dará alguma vantagem inicial quando e se surgir outra oportunidade.

Por mais que o candidato queira a vaga, quem determina os procedimentos do processo seletivo, aprova ou não, é o selecionador e o empregador. Candidato que se impõe e tenta ser aprovado, quanto mais insiste, mais rapidamente obtém resultado oposto: e mais precisa aprender o que é seleção de pessoal para o mercado de trabalho.

Um ou mais dentre os responsáveis pela seleção e contratação pode errar e ser injusto, eventualmente, também o candidato: umas vezes se consegue corrigir e outras não. E sempre é bom relembrar que qualificação e adequação não é a mesma coisa: a primeira não garante a segunda e estabelecê-las de modo concordante é algo comumente não conseguido entre as partes envolvidas num processo seletivo.

Cabe ao candidato clarificar sua indignação, se afastar e até denunciar, caso seja indiscutivelmente desrespeitado e prejudicado; reitero: indiscutivelmente. Geralmente, a indignação surge menos pelo erro ou má fé dos outros e mais pelo despreparo do candidato.

José Carlos de Oliveira

Publicado originalmente em 12 de junho de 2006

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