Onze anos da Rádio Plena

A rádio Plena foi inaugurada ao meio dia de sete de setembro de dois mil e onze. Alguns anos antes, na antiga Curitiba FM, eu saia do ar às 9 h e era sucedido pelo Eli Moura, que foi quem me falou em web rádio, então novidade. Ele veio a criar a Rádio Foroots, focada em forró – forroots.com. br – e adiante foi quem praticamente me entregou pronta a Rádio Plena, focada em formação pessoal e profissional – radioplena.com.br.

Antes de criar a sua web rádio ele aposentou-se, após anos de êxito como um dos mais talentosos e carismáticos comunicadores do rádio AM e FM de Curitiba e região. Tive minha última experiência em rádios comerciais pouco antes do advento da Plena: Eli Moura sempre achou que eu devia ter feito carreira e sucesso na área e isto muito me honra. Eli é um grande e querido amigo!

Muita gente fala demais sabendo de menos também sobre o rádio: “vai acabar”, blá, blá, blá… O rádio cresceu em audiência durante a pandemia: no mundo inteiro. Este inigualável meio de comunicação tem sua história contata a partir da metade dos anos 1700, foi inventado por um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, em 1896, mas, tendo tardado a conseguir a patente por causa dum misto de burocracia com burrocracia do governo brasileiro, o italiano Guglielmo Marconi, em 1899, fez uma transmissão e conseguiu rapidamente a patente que o oficializou inventor do rádio.

Rádios com amplitude modulada finalmente estão em sua maioria operando também em FM, logo não existirão mais as AM e todas já deveriam ou poderiam ser digitais (não confundir com web) e não analógicas. Quando o 5G se tornar realmente acessível e seguro para a maioria absoluta da população o rádio FM também tenderá a se transformar de vez; até porque é muito caro manter uma emissora em frequência modulada. AM, FM, comerciais, educativas, comunitárias, de poste e até piratas estão na internet e lá elas são rádios na web. E existem as web rádios ou rádios web, que são nativas dali: nasceram já na internet, escancarando a tendência da comunicação multiplataforma.

Desde a sua origem o rádio se adaptou, mudou e evoluiu tecnologicamente: agora, mais do que nunca. Entretanto, sua essência não mudará: o carisma de falar ao ouvido de quem oscila entre dividir a atenção com outra atividade ou se concentrar só no que se está escutando e, nos dois casos, precisa exercitar a imaginação para ‘visualizar’ quem e o que é dito; mesmo que a tecnologia ofereça e imponha o acréscimo de textos, fotos e vídeos, e com a interação com o ouvinte, que sempre foi uma de suas marcas, agora ampliada de modo avassalador. Na internet o rádio está se fortalecendo; como os demais meios de comunicação, precisa e está se segmentando: para todas as rádios na web e web rádios, acertar, conservar e inovar quanto a isto resultará cada vez mais na manutenção, crescimento, desenvolvimento, diferenciação; caso contrário, o resultado será a mesmice, obsolescência, insolvência e falência! É o que acontece há décadas e com velocidade cada vez maior com empresas, empregados, profissionais e outros agentes em todas as áreas. Ainda que vários se mantenham com alguma renda, satisfação e até algum reconhecimento, em geral, não percebendo ou reconhecendo que, se nada fizerem de concreto para desenvolverem-se e inovar, constantemente, permanecerão ou passarão a ser nada além de só mais um igual a quaisquer outros: medíocres, substituíveis, dispensáveis com extrema facilidade…

Hoje qualquer um se põe a ser locutor, comunicador, ‘opinador’, influenciador, pregador etc e nem precisa de rádio: basta aderir ao Facebook, Instagram ou Youtube, por exemplo, e tem-se infinidade de textos, áudios, fotos e vídeos gravados e ao vivo tratando de tudo quanto é coisa. Muitos, com qualidade, utilidade, verdade e civilidade; muitíssimos um tanto ou totalmente desprovidos disto. O que vige nos grupos de WhatsApp e Facebook, e nas conversas e comportamentos do dia a dia permanece garantindo que muita gente poderia aderir urgentemente ao que chamo de constante processo de aperfeiçoamento pessoal e profissional. Este InFormativo Plena e a Web Rádio Plena, em especial, o Programa Hora Plena, bem como palestras, apostilas, treinamentos e consultorias, focam e propõem a adesão a este processo. Esforço-me por conservar minha própria adesão, com mais acertos que erros, ciente que também não escapo de ser taxado de tapado, incompetente e coisa pior… O nome “Plena” não o escolhi ao acaso e nem os lemas “Música, informação e formação” e “Para quem é notável pelo que é, e não pelo que faz de conta ser!”

O desenvolvimento tecnológico é avassador, embora acessível de modo injusto e desigual; e o desenvolvimento humano se tornou necessidade anterior e até mais importante que o tecnológico: multidões não se tocam do quanto são sofríveis num e noutro ou não os conseguem equilibrar para potencializar, se iludem com certificados ou diplomas, cargos ou funções que possuem e não necessariamente agregam conteúdo e valor consideráveis, quanto mais merecimento e correspondência.

As pessoas que saíram, querem sair e se conservar fora dessa mesmice e mediocridade se dão bem ante tanta riqueza de conteúdo e oportunidades; algumas se valem da simplicidade limitada, útil e viável que nós oferecemos: são os ouvintes, leitores e expectadores regulares que temos angariado.

Gratidão aos parceiros: Eliane Lima, Allan Jones, Aloísio Nascimento, Marlon Roza, Josué Robaldo; aos apoiadores culturais; ao Daniel, ao Fernando, a Ana; aos que fizeram parte em algum momento desta história; aos ouvintes e leitores. Menção ao saudoso Nelinho Santos, que empunhou o microfone da Plena; à saudosa Solange Batistela, talvez, a ouvinte mais assídua que tivemos. E à Mary Fernandes, ouvinte, amiga e parceira de coração e de projetos que não tivemos tempo de iniciar ou completar, e que, também por ela e com saudade, tento continuar e realizar.

Publicado originalmente em 15 de agosto de 2022.

José Carlos de Oliveira

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